quinta-feira, 14 de abril de 2011

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Alberto Martins e Flávio Carneiro debatem no Banquete de Livros

 
O prato principal da tarde de 13 de abril, no Banquete de Livros foi um debate com Alberto Martins e Flávio Carneiro. O tema da conversa foi “Livro e Literatura Contemporânea”, com mediação do assessor editorial da Editora UFG, Rogério Santana. O auditório ficou cheio com a presença de estudantes e professores do ensino superior e médio, além de pessoas da comunidade em geral.
Alberto Martins é poeta, escultor e editor. O livro Uma noite em cinco atos foi selecionada como uma das obras literárias para o vestibular da UFG em 2012. Já Flávio Carneiro é crítico literário, roteirista e professor de literatura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), autor de romances premiados como A distância das coisas (Prêmio Jabuti, 3º lugar).

Alberto Martins começou falando sobre sua experiência com o livro e as palavras. Segundo ele, a experiência da leitura pode ser comparada à de dirigir um carro; o livro seria um meio de transporte para outras realidades e sentidos. O poeta também falou sobre o ofício de escrever. “A palavra 'página' significava, para os romanos, quatro estacas fincadas no chão por cima das quais se colocava uma grade de madeira, para fazer crescer uma videira. E a palavra 'ler', na sua origem, significa 'colher'. Também fazemos assim; fazemos o sentido crescer por entre as linhas para que o leitor possa colher as palavras”, explicou.
Já Flávio Carneiro fez uma comparação da literatura contemporânea com as produções dos séculos passados. De acordo com ele, no século XIX, por exemplo, os escritores de outrora escreviam para os leitores dos folhetins. “E agora? Onde entra a figura do leitor no processo criativo? A verdade é que escrevemos algo que nos dê vontade de ler. O escritor também é leitor e escrevemos o que ainda lemos”, observou. Mesmo assim, o autor defendeu que o ofício exige uma técnica própria; segundo Flávio, a principal meta do ficcionista atual deve ser conseguir captar os dois tipos de leitor: aquele que lê o que conhece e quem lê para conhecer.
Respondendo às perguntas e comentários do público, os autores defenderam que já não existem grandes vertentes literárias competindo entre si, nem mesmo vanguardas combatendo um estilo dominante de produção, como aconteceu com a arte moderna da década de 20 do século passado. De acordo com Flávio Carneiro, na ficção brasileira, existem apenas projetos de vanguarda sem sentido e que não refletem a realidade da produção nacional. Eles vêm ganhando força com ficções policiais, fantásticas e humorísticas.
Os dois também falaram sobre a atual facilidade de se publicar. “A grande dificuldade hoje é seguir modelos, já que eles não existem na forma de uma escola literária ou algo do gênero. Diferenciar produções de qualidade das outras é um exercício de separar o joio do trigo. Precisamos afinar a sensibilidade para encontrar as boas produções em meio à vasta gama de material disponível”, comentou Alberto Martins. No fim do debate houve uma sessão de autógrafos.
Paralela à conversa, a merenda daquela tarde foi servida pelos autores Roger Mello e Odilon Moraes, que responderam a perguntas de alunos do 6º e 7º ano do Centro de Pesquisa Aplicada à Educação, (Cepae), sobre livros didáticos adotados nas aulas.
Fonte: Ascom/UFG

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